
Aproveitando a musica escolhida para esta semana, vou lhes falar hoje sobre o que é nosso lunfardo e como surge esta “gíria” utilizada ainda nos discursos populares de meu país.
De acordo ao pesquisado, esta maneira de se expressar nasceu da imigração acontecida durante a segunda metade do século XIX e até o estalido da primeira guerra mundial. Foram assumidas pelas classes mais baixas da população de Buenos Aires, onde o discurso se misturava com outros de origem campesina e “quechuismos” (do quéchua) que corriam já na fala popular.
Devido seu caráter de léxico de um grupo especifico, seu rasgo particular era de tender ao dissimulo ou ao segredo. Por isso se vale de certos mecanismos para que algumas palavras sejam irreconhecíveis fora do circulo “arrabalero” (nas aforas da grande cidade). Uma das técnicas consiste em mudar certos termos de acordo associações mais ou menos sutis. Assim por exemplo, o relógio é o “bobo” pela facilidade que é roubado.
Outro dos mecanismos é falar ao contrario (gotan por tango) ou utilizar palavras estrangeiras (parola = palavra no italiano).
O tango primitivo usava o lunfardo em forma espontânea, em composições muitas vezes obscenas e marginais que se correspondiam com o contexto. Mais tarde, com a chegada dos primeiros compositores cultos, o tango abandona seu âmbito original e se vê forçado em dissimular a procacidade de suas primeiras musicas. Porém, o lunfardo ressuscita rapidamente, mas agora em manos de compositores alheios ao mundo delitivo que o havia engendrado. Fruto dessa falsa ilusão de autenticidade são alguns dos tangos excessivos no uso da gíria .
Prova disto é o tango que escolhi e cuja letra poderão encontrar na etiqueta letras de canciones.
Deixo também para vocês os nomes de algumas paginas na internet onde poderão encontrar dicionários completos deste modo de falar tão popular na minha terra.
Até a próxima entrada! Chan....chan!